Cartas na mesa

Entre mim e Celeste,
toda a sorte de paus,
espadas e valetes
- eterno tête-à-tête
feito de blefes e tabefes,
cartas de amor e de baralho,
muito Valium e omelete.

Celeste - cadela! - se soubesse
que roubei dois curingas,
que enrabei Rafaela...
Caralho! Será que ela sabe?
Será? Será que ela sabe? Será? Celeste?

Celeste sabe, eu sei,
dos truques do pôquer,
dos porquês do truco,
mas saberá de Rafaela?
Das demais dançarinas?
Da Sabrina? Da Samanta?
Dos curingas na manga?

"Bati." "De novo?!" "De novo." "Outra mão?"
"Dê as cartas."
Sim, ela sabe - eu sei.
Só não sabe que eu sei que ela sabe.
Será que sabe? Será que ela sabe que eu sei?
Ela sabe que eu sei!
Só não sabe que eu sei que ela sabe.


Não sei o autor.
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